Vivemos na perspectiva dum futuro melhor, que aos poucos se
transformou na motivação pra a vida, numa esperança pra todas as malambas ou talvez mesmo numa crença de
que o amanhã seja melhor do que o hoje e muito melhor do que ontem.
O futuro este distante e tenebroso desconhecido, parece que
ganhou o estatuto de paraíso e ao invés dum espaço concreto como o Éden,
tornou-se num tempo, embora não determinado; porque o amanhã é uma ardilosa promessa
escondida no eterno para sempre.
Há algum tempo que o futuro apesar de incerto, é sinónimo de
progresso é uma certeza de satisfação das necessidades básicas, um pulo para o
crescimento individual e desenvolvimento da humanidade, um lugar de
teleportação, erradicação e descoberta de cura para todas as doenças, o ponto
máximo da realização da justiça, da eliminação das assimetrias sociais. Esse
mesmo futuro talvez responda as perguntas da nossa origem, talvez acabe com a
poluição ou apresente sistemas de governo mais reais do que utópicos e que
potenciem a liberdade, a igualdade e a felicidade. Aliais para muitos o futuro
é, e não será!
A felicidade essa velha perseguida; valioso alvo desde o
passado ancorada em curtos instantes dispersos ao longo de cada trajectória dum
ou duns e de tantos outros, mas sobretudo daqueles que a reconhecem mesmo quando
se coloca de costas.
A esperança nunca é sobre o passado, senão se chamaria
lembrança. É no futuro que depositamos todas as promessas e anseios de liberdade
de ser, ter e fazer todas aquelas coisas e mais algumas necessárias e
desejadas. Enquanto que, o passado é ditador e não está aberto a discussões
sobre todos aqueles factos consumados ou oportunidades consumidas. O presente é
uma prisão gradeada tanto pelo passado de memórias e experiências; quanto pela
ideia de um futuro melhor.
Para a maioria basta a esperança quando novo e a nostalgia
quando velho; os teimosos tentam ser mais do que isso e lutam. Sim, é uma
verdadeira luta mudar o curso do rio, porém possível, assim é também a vida...
E de resto muitos pela ciência, arte, desporto, aqui e acolá foram teimosos,
por uma razão inexplicável ou não, acidental ou voluntária alteraram cursos,
remaram contra a maré, moveram montanhas.
Tudo porque um teimoso diante de mais uma daquelas coisas intoleráveis,
porém habituais na banda em chat de
escárnio e maldizer na mesma sintonia e tantas outras frequências nos cantos do
mundo, acredita que antes que ele se canse da maldade é ela quem se cansará dele,
de tanta teimosia e que ia convidá-la a dar umas passadas no boda da vida.
Esse mesmo teimoso não presenciou outras conversas de afirmação
peremptória de insolubilidade de alguns problemas, pelo menos imediatamente;
isto não era pessimismo, um propalado realismo? Era simplesmente uma constatação
de repetidos passados e futuros a adiados. Recomendava deleite do presente,
buscando alternativas enquanto ideal não vinha.
Mas para aquele teimoso que apenas respondi: 'Somos jovens... A ver vamos... Até onde a
nossa teimosia nos leva. No fim talvez seja por vitória, conformismo ou mesmo
falta de opção derrotados pelos inimigos comuns: normalidade e estabilidade.
Disfarçados de família e emprego, quando no afinal é uma boa dose de covardia,
talvez!'. E, ele negou-se a digerir a oração, sem que fosse enquadrada
num texto... Dei-lhe, um contexto!
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